Francisco Dandão

A habilidade para driblar e conduzir a bola com a perna esquerda já nas peladas nos campinhos de terra batida, ainda na infância, nos primeiros anos da década de 1980, era um bom indicador de que o menino Redson Maia Camelo havia nascido para brilhar, tanto nos gramados quanto nas quadras. Indicador que se confirmou à medida em que o tempo passou.

Fominha como poucos, ele não desperdiçava as oportunidades de estar com uma bola nos pés. Tanto que jamais conseguiu optar pelo futsal ou pelo futebol de campo, praticando as duas modalidades ao mesmo tempo. E como era muito requisitado, quase todos os dias da semana ele estava em algum espaço público demonstrando a sua arte e defendendo algum time.

“No futsal eu jogava como fixo ou ala esquerda. No campo, eu era meia de criação, jogando preferencialmente pelo lado esquerdo do campo. Mas eu comecei mesmo foi no futsal, bem cedo. Só fui me aventurar no campo, num time profissional, no ano de 1991. Eu estava com 19 anos [ele nasceu em 9 de janeiro de 1972] e me apresentei no Atlético”, disse Redson.

“Eu fui muito bem recebido nos juniores do Galo e subi para o time profissional no mesmo ano. Mas não joguei logo não. Fiquei no banco um tempo. O titular da posição era o Joãozinho, que jogava muita bola. Mas aos poucos eu fui ganhando a minha vaga, escalado pelo técnico José Augusto. E já fui campeão estadual no ano da estreia”, continuou o ex-craque.

Atlético – 1991. Em pé, da esquerda para a direita: Assis, Cid, Dodi, Marquinhus, Gerson, Milton, Ricardo, Redson, Antônio José, José Humberto (presidente) e José Augusto (técnico). Agachados: César Caboclo, Nego, Dim, Helinho, Paulinho, Daniel, Ley, Joãozinho e Moreira da Souza Cruz (diretor). Foto/Acervo Manoel Façanha

Treze camisas e muitos títulos

Redson jogou de forma competitiva durante 18 temporadas (entre 1991 e 2008). Nesse período ele vestiu nada menos do que 13 camisas. No campo ele defendeu o Atlético, o Independência, o Juventus e o Rio Branco. Nas quadras ele jogou por Rondobrás, Atlético, Pingo de Ouro, Igreja Batista, Volta Redonda, Independência, Gráfica Estrela, AABB e Juventus.

Independência – 1998. Em pé, da esquerda para a direita: Klowsbey, Jairo, Jorge Cubu, Dedé, Getúlio, Tidalzinho, Redson, Assis e Nego. Agachados: Papelim, Tinda, Artemar, Marquinhos Paquito, Claudinho, Dênis e Sérgio Cabeção. Foto/Rose Peres

Nesse tempo todo, por atuar sempre ao lado de grandes jogadores, foram muitos os títulos conquistados. Um desses títulos ele falou que foi especial. Justamente o de 1998, pelo Independência, em decisão contra o Rio Branco. Em compensação, ele disse que dois anos depois, no campeonato estadual de 2000, ele perdeu a decisão pelo Tricolor para o mesmo Estrelão.

Independência FC. Em pé, da esquerda para a direita: Jorge Cubu, Milson, Dedé, Klowsbey e Redson. Agachados: Claudinho, Papelim, Artemar, Getúlio, Marquinho Paquito e Dênis. Foto/Acervo Manoel Façanha.

O ex-craque também afirmou que conviveu com grandes figuras durante a sua carreira. Nesse aspecto, ele destacou o dirigente Sebastião Alencar que, na visão dele, tornou o Rio Branco uma verdadeira potência; o treinador de futsal David Abugoche, pelo fato de “ser muito estudioso”; e o árbitro de campo Marcos Café, que “conhecia profundamente as regras”.

Independência – 1999. Em pé, da esquerda para a direita: Jairo, Alan, Cubu, Jorge, Waltermir e Carlos. Agachados: Siqueira, Edilsinho, Mundoca, Artemar e Redson. Foto/Acervo Manoel Façanha.

Outros nomes que Redson fez questão de destacar foram os dos volantes Cairara e Mamude. “Esses dois eram marcadores implacáveis e me causavam muitas dificuldades quando eu jogava contra eles.” E quanto aos melhores parceiros, ele citou Dirceu e Zé Ribite, no futebol de campo. No futebol da bola pesada, ele mencionou o mesmo Ribite e Marquinhos Pontes.

Treino do Rio Branco no CT do José de Melo, em 2001. Da esquerda para a direita: Jorge, Papelim e Redson. Foto/Acervo Manoel Façanha
Adesg – 2003. Em pé, da esquerda para a direita: Vanilson, Faísca, Kaiquê, Batata, Ciro, Carlinhos, Alex, Vampeta, Nego, Dirceu e Mirim (preparador físico). Agachados: Estevam, Juarez, Dedé, Márcio, Marquinhos Pontes, Pitiú, Carpê e Redson. Foto/Manoel Façanha

A vida depois da bola e os melhores jogadores

Trabalhando hoje como representante comercial, Redson gosta de lembrar os anos como atleta, garantindo que o futebol acreano sempre teve ótimos valores. Dentre estes, ele escalou o seu time ideal. “Klowsbey; Claudinho, Paulão, Pereira e Ananias; Dirceu, Joãozinho e Redson; Dim, Palmiro e Ley”, citando também Papelim, Tinda e Marquinho Paquito.

Volta Redonda – 2001. Em pé, da esquerda para a direita: Manoel da Carmosa, David Abugoche, Armed, Demir, Casquinha, Renato, Redson e João Cancão. Agachados: Marquinho Bombeiro, Ney, César Baiaco, Manoel Carlos, Evaldo e Dênis. Foto/Manoel Façanha.

No futsal, Redson não quis escalar uma seleção. Preferiu lembrar nomes que, de acordo com ele, “jogavam demais”. Casos de Valtemir, Hudson, Evaldo, Zé Ribite, Ney Amarelo, Marquinhos Pontes, Elias Abugoche e ele próprio. “A gente sempre esquece alguém quando faz uma lista, mas todos esses que eu falei jogavam muita bola”, afirmou o ex-atleta.

Seleção Acreana de Futsal 2001. Em pé, da esquerda para a direita: Rômulo, Anjo, Ricardo, Joel, Léo Raches, (…), Alex Dantas (comissão técnica), Silveira (comissão técnica) e Nino (técnico). Agachados: Baíche, Dênis, Ney, Redson, Marquinhos Bombeiro, Evaldo, Marquinhos Pontes, Casquinha e Pitiú. Foto/Manoel Façanha

Do ponto de vista da remuneração profissional, objeto de reclamação da maioria dos jogadores de futebol do Acre, Redson pode ser considerado um cara privilegiado. Isso porque ele afirmou que ganhou um bom dinheiro enquanto profissional do esporte. “Eu não acumulei valores, mas ganhei o suficiente para viver bem na época. Até comprei casa e carro”, disse.

Caixa Econômica 2013. Em pé, da esquerda para a direita: Irlan (técnico), Miller, Saimon, Datena, Silvan e Adriano. Agachados: Redson, Bandeira, Airton, Richard e Leitão. Foto/Manoel Façanha

Para concluir, ele não se negou a dar duas opiniões. A primeira sobre o que fazer para o futebol acreano crescer, que seria “investir maciçamente nas categorias de base”. E a segunda, no que se refere ao que uma promessa de craque deve fazer para ganhar destaque, que, de acordo com ele, deve ser “ter muita disciplina, porque hoje existem olheiros em todos os lugares”.

Fac símile da página de Esportes do jornal Opinião de 25 de fevereiro de 2023.
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