Espécies de cores amarelo, roxo, rosa e branco são vistos em vários pontos da cidade. O pesquisador destaca ainda que enquanto o pau-brasil é a árvore símbolo do país, a flor do ipê é o símbolo do Brasil, que tem 27 espécies, sendo 15 delas endêmicas, ou seja, ocorrem apenas no nosso país.

O colorido dos Ipês tem chamado a atenção de quem passa pelas ruas de Rio Branco. É que com a seca, as flores florescem e enfeitam a capital acreana e se torna o protagonistas das fotos , já que nas redes sociais ninguém resistem em tirar uma foto de toda essa cor. O biólogo Marcos Silveira, doutor em ecologia, explica que entre agosto e setembro, a incidência dos ipês é comum na cidade.

“No auge do ‘verão amazônico’, quando a umidade do ar e a disponibilidade de água no solo são baixas, como que num milagre da vida, em meio às buzinas e semáforos das ruas, entre os bancos e gramados das praças e os varadouros das florestas, a paisagem ganha um colorido especial com a floração dos ipês ou pau d´arco como são popularmente conhecidas essas plantas na região Norte. São exatamente essas condições climáticas nessa parte do país e o frio na região Sul, os fatores estressantes que causam, primeiro, a queda das folhas para evitar a perda de água por evapotranspiração, e em seguida, acionam o relógio biológico dessas plantas indicando que é tempo de florescer, mesmo que por um curto período”, explica.

O pesquisador destaca ainda que enquanto o pau-brasil é a árvore símbolo do país, a flor do ipê é o símbolo do Brasil, que tem 27 espécies, sendo 15 delas endêmicas, ou seja, ocorrem apenas no nosso país.

“Além das flores tubulosas vistosas, todas as espécies têm folha digitada, dividida em folíolos, os quais variam em forma e número. No Acre conhecemos cinco espécies nativas de ipê: o ipê roxo (Handroanthus serratifolius), o ipê branco (Sparattosperma leucanthum) e três espécies de ipê amarelo. As duas primeiras são facilmente distinguidas pela tonalidade das flores, rosa tendendo à roxo, e branca com listas avermelhadas, mas as três últimas são um pouco mais difíceis de serem separadas. Uma delas, Handroanthus serratifolius, como o próprio revela, possui folíolos com a margem serreadas. Os outros dois amarelos, Handroanthus capitatus, que alcança 40 m de altura, e Handroanthus obscurus, que não passa de 15 m, possuem folíolos com a margem inteira.”

Silveira diz ainda que é impossível não ser tocado pela beleza das flores e que algumas espécies de ipês acabam sendo exploradas pelo mercado.

“Sobre as carretas do manejo florestal, toras de duas espécies raras e quase ameaçadas de extinção, transitam todos os dias pelas ruas das cidades e estradas do estado, o ipê roxo (Handroanthus impetiginosus) e uma das espécies de ipê-amarelo (Handroanthus serratifolius). No lugar delas, como que numa forma de se redimir do pecado, plantamos nas vias públicas outras espécies de ipê, como o ipê-rosa e o branco que embelezam tremendamente a cidade, mas que não são nativas da nossa região”, finaliza.

Veja registros dos Ipês em Rio Branco

Créditos: Por Tácita Muniz, g1 AC/https://g1.globo.com/ac/acre